sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Meu inútil diploma de jornalista

O povo brasileiro cultua a ignorância. Depois que um analfabeto assumiu a presidência e comprou sessenta por cento da população com uma esmola de R$ 120,00, tudo é possível. E para piorar a situação temos “intelectuais” cegos ainda presos aos seus rancores da ditadura e a reverência ao mestre Stalin. Quando escuto um petista dizendo que é Stalinista ou troskisista me deixa enjoado. Pra mim a diferença de um para o outro é a mesma do PCC para o Comando Vermelho.

O Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da justiça no Brasil, aboliu a obrigatoriedade no diploma de jornalismo. Para o STF a obrigatoriedade do diploma fere o direito de livre expressão, que a obrigação de ser jornalista para exercer a profissão foi criada na ditadura militar e que os leitores, ouvintes e telespectadores saberiam fazer a escolha certa e assim eles saberiam distinguir o que é bom e o que é ruim, o público seria o filtro, o consumidor assumiria a responsabilidade de comprar e consumir o que é bom, ou não.

Para ter expressão livre, dizer o que quer, falar, difundir opiniões existe espaços em todos os jornais para artigos, crônicas, contos. Existe a internet, com seus blogs, um espaço sem limites. Pode-se comprar espaços em TV`s e rádios. Em última hipótese sobe-se em um tamborete.
Essa história de ditadura, por coincidência a necessidade do diploma foi criada em sua época, e é sempre assim, conforme a evolução da humanidade novas profissões vão surgindo, assim como na época não existia analista de sistema, engenheiro de alimentos, marqueteiros e tantas outras profissões.

Agora o último argumento, é o mais cínico. Se é o consumidor que tem que escolher e filtrar quem contrata, então vamos acabar com todas as profissões. Ora se eu confiar em uma pessoa para fazer uma operação de apendicite não precisa ela ser qualificada, basta eu confiar. A mesma coisa vale para uma construção, basta o cliente comprar e querer ficar embaixo da obra, e não precisa de ninguém para fiscalizar, não precisa de engenheiro para construir, cabe apenas o consumidor escolher e assumir o risco.

Acho que isso vale principalmente para o Direito. Não vejo em nada que a formação do curso de direito é melhor que a formação do curso de jornalismo. De modo geral, sempre que alguém fala de erro na imprensa, vem o caso da Escola de Base e o caso Ibsen Pinheiro. E a justiça? Em tese quando uma sentença é reformada existiu um erro ou uma falha.

A república é dividida em três poderes, executivo, legislativo e judiciário. Mas existe um quarto poder informal, que é a imprensa. Qual dos quatro poderes funciona? Em quem a população pode confiar? Quem é de fato o responsável pela democracia? Qual todos os dias denuncia e vai a procura dos problemas e soluções? Dos quatros qual o mais produtivo?

Não tem outra resposta se não a imprensa. A imprensa pauta as prioridades, fiscaliza, cobra, exige, derruba, elege, influencia. É o espelho mais nítido da sociedade. Quando se acaba com a obrigatoriedade elimina-se a seleção. Por que a OAB todos os anos é mais rigorosa com suas provas de admissão na ordem? Não precisa ser nenhum gênio para achar a resposta.

Se um médico estuda anatomia, se um engenheiro estudou calculo e um advogado direito penal, o jornalista estuda comunicação de massa, teoria da comunicação, assessoria de imprensa, ética em comunicação, estética e muitas outras matérias de conhecimento específico. Enquanto o advogado aprende a ler alguns poucos códigos o jornalista tem que ler o mundo, interpretar as ações, ser imparcial ao mesmo tempo tem que tomar posição de acordo com o que a população na média geral julga ético.

O curso de jornalismo é tão específico que a cadeira de ética em comunicação, com carga horária superior a carga horária de ética em direito não é aceita nas faculdades de direito em Natal. Simplesmente porque é um conteúdo específico, digo isso porque a UnP e Farn não aceitaram, precisei pagar novamente a cadeira. Mas não é para ficar admirado. O brasileiro é tão ignorante que acha que Deus nasceu aqui. O brasileiro cultua a imbecilidade, visto o presidente que temos. O brasileiro é baratinho, um cartãozinho esmola compra a consciência. E quem poderia ter senso crítico fica se masturbando ideologicamente