Rafael não passou por essa cirurgia por acaso. Sedentário, hipertenso, diabético, estressado, alimentação desregrada, insone, fumante compulsivo e fazendo uso de álcool duas vezes por semana. Uma verdadeira bomba relógio que estourou no último dia 30 de julho.
O mais incrível é que ele tinha total consciência do perigo que corria, mas mesmo assim não fez nada para evitar. Só foi parar o cigarro, cuidar da alimentação e ser mais regrado com a vida, nos últimos 25 dias. Depois que foi internado com falta de ar.
Perdeu peso, abandonou o cigarro, pelo que escutei dele para o resto da vida. Reclamava apenas da comida, mas mesmo assim aceitava a dieta que Viviane passou para ele. Reclamava mas aceitava.
Nos dias que antecederam sua cirurgia Rafael chorava, estava com medo, sabia o que tinha feito com o próprio corpo. Mas o pior é que teve exemplos anteriores e não fez nada para evitar. Mas ele não é um caso isolado. É um caso comum.
Entendo Rafael. Acho que todas as pessoas que gostam de comer, que bebem, que fumam, que tem uma vida desregrada entendem ele. Pra mim um dos maiores prazeres da vida é tomar uma coca cola gelada antes das seis da manhã. E depois da primeira refeição, antes das oito, comer um pedaço de chocolate.
Comer tudo é bom demais. Viver sem esses prazeres é muito chato. Mas é uma questão de vida. Há poucos dias fiz exames e minha glicose estava em 250. Fiquei com medo pois estava com alguns sintomas que estavam prejudicando meu dia a dia. E infelizmente comecei uma dieta, que de fez em quanto esqueço e meto o pau a comer doces. Mas para quem não se cuida o futuro é esse mesmo. Contando o fato que Rafael ainda teve uma chance. Que deu para fazer a cirurgia. Que suas safenas estavam boas, que foi possível fazer tudo que os médicos pretendiam fazer. Mas será agora obrigado a mudar de vida. A ter novos valores para se alegrar.