O poder dos mísseis
Durante períodos de guerra, é comum cidades serem parcialmente destruídas. Os bombardeios atingem militares e civis, ceifando vidas e provocando danos físicos na população.
Além do sofrimento humano, há os prejuízos materiais, com a destruição de prédios, casas e logradouros, o que ocasiona sérios incômodos à população local.
Aqui em Mossoró, felizmente não estamos em guerra. No entanto, um simples passeio pelas ruas é suficiente para causar espanto e indignação até mesmo na mais pacífica das almas.
Pela situação das ruas, daria para afirmar que elas foram bombardeadas por mísseis potentes. Algumas delas já perderam totalmente o asfalto, restando apenas pedras, areia e incontáveis buracos, digo, crateras.
Essas possuem diversos tamanhos. Algumas são tão largas, que o pior dos motoristas seria capaz de estacionar seu veículo dentro delas, sem qualquer problema de espaço.
Mas não é só. Há ainda a profundidade dos rombos, capaz de causar perigo tanto para os motoristas, quanto para os pedestres que atravessam as ruas dessa cidade.
Trafegar em Mossoró exige perícia extrema para desviar das aberturas no asfalto e, em diversos trechos, o único jeito é passar por dentro da buraqueira, danificando o veículo.
Quando chove tudo piora ainda mais, porque eles se enchem d’água, impossibilitando ao cidadão perceber a real dimensão da fenda existente.
A situação é inadmissível, absurda e caótica. Onde estão os gestores da máquina pública?
Mossoró e sua população não merecem tanto descaso e falta de respeito. A situação urge ação imediata, eficaz e, principalmente, capaz de resistir às chuvas e ao tráfego de veículos pesados. É o mínimo que se pode esperar de quem subiu ao poder pelas mãos do povo.
Agora que esse período festivo passou, vamos substituir as bandeirinhas de São João, pelo reparo dos logradouros.
Lembro apenas que consertar as ruas dessa cidade nada mais é que dever da Autoridade Pública em exercício e que “A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente”, como escreveu o genial Machado de Assis, há mais de cem anos.
Deste modo, quem está no poder deve cumprir suas obrigações, independentemente de possuir ou não vontade de fazê-lo.