terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A boca

Pela primeira vez, nunca antes na história da teledramaturgia do país, uma boca ganhou o papel principal da novela das oito. Um bocão, uma super boca, a boca de Aline Morais. Não existe mais corpo, ou beleza do rosto. O que se ver é uma boca. Acho que falta um batom vermelho para fazer a boca ainda maior. Mais brilho, na boca protagonista.
A boca se destaca numa novela toda maluca, a outra modelo não tem tamanho e muito menos talento. José Mayer faz papel dele mesmo, um chato, sem humor, de mal com a vida, que é dono de um conglomerado com dois funcionários. Aquela menina chata deveria levar umas palmadas e calar a boca, uma boca feia. O arquiteto é outro complicado, futuro corno do irmão que é ele mesmo. Tem o núcleo politicamente correto, os afros descendentes que deram certo. O jogador, a menina que quer fazer escalada social, a velha traída. A irmã megera, a irmã boazinha. Nada de novo. Só a boca.
A única concorrência para a boca são as pernas maravilhosas da jornalista de economia, aquela que se agarra com meu xará.