sábado, 5 de dezembro de 2009
Texto de Gabriel
Ensaio sobre o Carnatal… Carnatal não é só amor e prazer. Nem muito menos Carnatal é viver.Carnatal é bem mais que isso.O Carnatal começa nos engarrafamentos. Um trânsito que em seu normaljá está um caos vira um absurdo nos dias de Carnatal. O Carnatal passapelos transtornos sofridos por quem mora próximo ao ambiente da festaou tem negócios no local. A catinga, a poluição visual, a ação dosvândalos e a invasão dos ambulantes.Dentro da avenida, trios elétricos embalam os foliões levando-os afelicidade extrema. Suvacos suados esfregados um na cara do outro. O“boy” bombado que passou 3 meses se preparando para exibir os músculostira o abadá e se olha inchado procurando uma “caça” que ache aquilointeressante. Como um pavão, balança o rabo e os peitos, tensiona osbraços e as asas e com a delicadeza de Mike Tyson puxa as meninas pelanuca, e elas, querendo ou não, são praticamente fecundadas na avenida.As meninas, que passaram o dia fazendo o cabelo e maquiagem e mesesescolhendo os melhores adereços são recepcionadas na avenida pelossprays dos camarotes. Jorrados pelas crianças eles são o terror daschapinhas e maquiagens. Sem falar nos mais exaltados que no frenesi deum belo refrão estilo – “Tu tá tá, tu tá tá” – Jogam sua cerveja paracima como se fosse uma mamãe sacode.E por falar em mamãe sacode, que saudade delas. Era lindo quando osblocos passavam e aqueles pompons ficavam abanando. Era praticamenteum chicote nos olhos das pessoas. Sem falar no momento lixo, quando umou outro caia no chão, ficava embebedado de mijo e era sacudido paracima. Um verdadeiro banho de urina.Esse ano o objeto de piada é a gripe suína (odeio quem chama H1N1).Máscaras por todo lado, alcool gel nos camarotes. A polícia e osbombeiros prevenidos também. E a galera espalhando alegria dos vírusnos blocos. Quem chegava no camarote da 98FM e vinha apertar minha mãoeu fazia a contabilidade de vírus.E pensar que isso foi só o primeiro dia. Ainda faltam três diastrabalhando e suportando a festa mais importante da cidade. “TIRE O PÉDO CHÃO!”