Fui ao dentista hoje. Estou vivo, mas o sofrimento foi grande. A história que segue abaixo é um pouco de realidade com ficção. Não tem compromisso com a verdade absoluta dos fatos.
Cheguei vinte minutos antes do horário marcado. Deu tempo ler a Caras e tudo de bom que rola no mundo dos endinheirados, por sinal não vi nenhuma referência a Mary Dias.
Fui chamado no horário marcado, consultório todo decorado, muito cheiroso, claro, como se diz, clean. Estava nervoso, mais a dentista também estava. Ela muito preocupada com meu medo. Até para deitar a cadeira, disse que não doía. A cadeira é um caso a parte de conforto. Os encostos para os braços, quando a cadeira fica na horizontal, faz curvatura, deixando o paciente em posição confortável.
Mais uma vez, ao introduzir um tufo de algodão em minha boca, perguntou se eu tinha gastura, se estava tudo bem. Nessa hora, a doutora já estava fantasiada, com capote, mascara e um par de óculos até então desconhecido da minha parte.
Pegou um objeto pontudo e disse que eu tivesse calma, que ia só pesquisar, que não era hora de fazer nada, expliquei que meu medo é apenas do motor, do resto, ela podia fazer o que quiser.