Quando um famoso começa a namorar com uma famosa vai logo para a ilha ou castelo de Caras. Depois viajam acompanhados por um fotógrafo. Cada vez que vão a um bar ou restaurante a assessoria de imprensa liga para as revistas, jornais e blogs de fofocas. E quando o amor acaba, que chega a separação, e todos comentam, clamam pelo direito a privacidade, que da vida íntima não fala, que a imprensa invade a vida de todo mundo.
Nas terras locais ocorre a mesma coisa. Quando abro o jornal já vejo as mesmas figurinhas em suas festas, em comemorações, em inaugurações e até fotos de conquista de medalhas em competição de hipismo infantil. Expõe a vida ao máximo. Tem o dom da onipresença, igual ao Espírito Santo. A cada página na internet a mesma coisa.
Aí vem a quebradeira, o chifre, o infortúnio e logo chega a clemência pela privacidade, pela integridade da família, pelo intimo, que não diz respeito a ninguém.
Mas se eu leitor sou intimo! Todos os dias as criaturas estavam no meu jornal, na minha revista, no meu computador. Ao abrir a Caras, a Tribuna do Norte ou os blogs locais. A privacidade tem direito quem não se expõe. Quem não chama um fotógrafo ou colunista social para as coisas mais simples e bobas do cotidiano.
Festa tem inúmeras todos os dias. Mas só aquelas mesmas festas, com aquelas mesmas pessoas que gostam de aparecer é que estão na mídia. Não importa ter ou não dinheiro ou prestígio. Mary Dias que é super poderosa não vive em colunas sociais. Então tem direito a privacidade.
Tudo isso é para dizer que todos estão certos. Em cada canto desse Estado, em cada terraço de praia a conversa é uma só. O assunto é o mesmo. E ninguém é fofoqueiro não. E não estão falando da vida alheia, o casal é próximo, é de dentro, participava do café da manhã, com a chegada do jornal, das noites de insônia, nos blogs. O casal é que se deixou ser intimo de todos no Estado. Que expunha, escancarava, arreganhava a vida de maneira rasteira, impondo a todos acompanhar cada passo dado, do simples jantar para amigos até festas de parar a cidade.
Como dizem os padres, na alegria e na tristeza, acompanhamos na alegria, queremos acompanhar na tristeza também com os detalhes mais comezinhos. É desejo de quem gosta de aparecer, então deve ser desejo do casal. Não podemos perder o capítulo final. Não podemos abandonar o barco no momento triste.
Quem quer privacidade, quem gosta de privacidade lembre-se dela antes de chamar um fotógrafo, um colunista social, de expor sua vida e intimidade. Depois não adianta pedir privacidade.